terça-feira, 14 de abril de 2009

A CONFISSÃO DO GOLPISTA

Três meses e um dia. É o tempo que se passou entre a prisão preventiva do maior larápio financeiro da história, o investidor Bernard Madoff. Sua confissão da prática de onze crimes cujas penas, somadas, poderão condená-lo a 150 anos de cadeia. Nos últimos vinte anos, 4 800 clientes – entre fundos de investimento, entidades de caridade, figurões de Hollywood e simples poupadores de classe média – nutriram a fantasia de ter 65 bilhões de dólares investidos nas empresas de Madoff. O investidor, ex-presidente da bolsa eletrônica Nasdaq, admitiu que trapaceou com todos esses milhares de clientes. E que nunca investiu um único centavo a ele confiado.
"Durante muitos anos, até minha detenção, em 11 de dezembro de 2008, eu operei um esquema de pirâmide financeira", admitiu Madoff. Uma pirâmide consiste em remunerar os clientes mais antigos com o dinheiro dos novos investidores, sem produzir rendimentos reais.
Com a provável condenação, Madoff deverá passar o resto de seus dias na cadeia. A confissão faz parte de um acordo com os promotores por meio do qual Madoff reconhece a culpa em troca de benefícios ainda não divulgados. Entre esses benefícios está o de livrar-se de um longo e desgastante processo em que seria publicamente execrado. Até o momento, os promotores conseguiram localizar apenas 1 bilhão de dólares dos clientes. Isso significa que praticamente 99% do dinheiro evaporou.
Imaginava-se que, ao menos no início de sua carreira, Madoff tivesse operado em Wall Street como um investidor honesto. Ele deixou claro que era um criminoso desde então: "Minha fraude começou no início dos anos 90". O investidor simplesmente tomava o dinheiro dos clientes e, de boca, prometia investi-lo usando uma estratégia financeira infalível desenvolvida por ele, apelidada de split strike conversion strategy (convém nem tentar traduzir). Um nome pomposo que não significa absolutamente nada. Nas palavras do próprio picareta, serviu apenas para "dar aos clientes a impressão de que eu alcançaria os resultados esperados". Para onde então ia o dinheiro? Era depositado em uma conta-corrente com baixa remuneração, em nome do próprio Madoff. Os clientes eram mantidos no escuro porque recebiam em casa extratos falsos.
Madoff tinha talento para atrair o dinheiro no mundo todo. No Rio de Janeiro, contava com um sócio que se especializou em buscar fundos oriundos de caixa dois. Em São Paulo, Madoff tinha um fundo associado ao Banco Safra, que está indenizando alguns clientes. Cerca de 100 vítimas de Madoff acompanharam a audiência em Manhattan. Não contiveram os aplausos quando souberam de sua prisão.
(Fonte Revista Veja - edição 2104)

Um comentário:

  1. filho da P...
    Isso quer dizer que cerca de 100 BILHOES de dólares provavelmente estão circulando por paraisos fiscais nas contas internacionais desse pilantra?
    soh oq falta mesmo.
    O mndo em crise e uma grana preta perdida por ai.

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