quarta-feira, 15 de abril de 2009

LIÇÃO DE INVESTIMENTO



Começam a proliferar no país cursos que ensinam as melhores formas de fazer dinheiro render. Com a crise, as salas de aula ficaram cheias

As aulas de educação financeira, novidade em escolas particulares brasileiras, tornaram-se fonte de diverção para crianças. Aos 8 anos elas começam a ser apresentados ao básico do mercado financeiro. Brincam de apostar dinheiro (de mentira) nos mais variados fundos e, num linguajar simples, recebem explicações sobre a crise financeira mundial.
Foi a pedido dos próprios pais que algumas escolas decidiram, de três anos para cá, incluir a matéria no currículo. A preocupação númeor 1 era que desenvolvessem certo senso de responsabilidade em relação ao dinheiro. A outra dizia respeito à necessidade de “alfabetização financeira” num momento histórico em que o mercado de investimentos brasileiro se consolida.
Nos ultimos meses de 2008, com a crise global instalada, alguns pais sentiram a necessidade desse conhecimento para seus filhos, e a procura nas escolas subiu 20%.
São ao todo 500 cursos de educação fincanceira no país. Eles acontecem em escolas, faculdades, corretoras e na própria Bovespa. Há versões enxutas, nas quais os alunos procuram absorver em um dia os conceitos do mercado financeiro, ou cursos de uma semana. O objetivo principal dos cursos é atrair novos investidores.
Quem mais se matricula são jovens entre 20 e 35 anos, 70% deles homens, a metade com algum dinheiro já acumulado - mas sem experiência na bolsa. Um dos tipos mais comuns em sala de aula é o recém-formado que sonha abrir o próprio negócio. Em 1980 eram 15% dos jovens brasileiros. Hoje, eles representam 35%.
Outro impulso para os cursos de finanças vem de uma mudança de hábito dos jovens brasileiros: eles estão mais econômicos – e com mais dinheiro para investir. O instituto de pesquisa Quorum, que fez um levantamento sobre o assunto, descubriu que, entre todas as faixas estárias, é na juventude que mais gente no Brasil costuma poupar. Quase 40% das pessoas de 18 a 25 anos têm hoje alguma economia (é o dobro do restante da população).
Ocorre hoje no Brasil o mesmo que se passou nos Estados Unidos três décadas atrás. A proliferação dos cursos sobre finanças tem, afinal, relação direta com a consolidação da própria bolsa e com a estabilidade da economia depois de um período inflacionário. Até meados dos anos 90, a poupança, que empregava índices de correção monetária, rendia três vezes mais que a bolsa de valores. Desde então, a situação se inverteu. Mesmo com a crise, que derrubou em mais de 40% o Índice Bovespa em 2008, a bolsa foi a melhor opção de investimento nos últimos anos: uma carteira composta exclusivamente de papéis das empresas mais sólidas da bolsa, tais como Petrobras e Vale, rendeu mais que a poupança.

10 ERROS QUE VOCÊ DEVE EVITAR NA ADMINISTRAÇÃO DO SEU DINHEIRO

1 – Perder o controle de suas dívidas incorporando o limite dado por bancos e administradoras de cartões de crédito como parte de sua renda familiar. A pessoa fica com a sensação equivocada de poder consumir mais do que é realmente a sua realidade financeira.

2 – Não levar em conta a inflação, por menor que ela seja. Um dos maiores erros que se pode cometer é desprezá-la.

3 – Dar importância às grandes decisões e menosprezar as pequenas. Lembre-se – administrar bem suas finanças pessoais não depende somente do salário que você ganha no final de cada mês e sim, como você administra cada centavo que entra e sai do seu bolso.

4 – Não conseguir seguir seus próprios objetivos. Por falta de disciplina, muita gente não estabelece prioridades em seus objetivos e acaba desviando seu foco de atenção daquilo que realmente interessa. Um grande erro é investir apenas o que sobra no final de cada mês e não ter a disciplina de guardar um pouco de seu dinheiro com regularidade.

5 – Não ter uma reserva de emergência para os imprevistos. Ela é fundamental. Você deveria guardar pelo menos 5% de sua renda mensal.

6 – Concentrar seus investimentos somente em imóveis. Pois se você precisar de liquidez, ou seja, dinheiro vivo imediatamente, poderá ficar em apuros.

7 – Investir seu dinheiro naquilo que você não conhece.

8 – Usar mais a emoção do que a razão na hora de investir. Aplicar na Bolsa de Valores requer um mínimo de conhecimento, pois muitas pessoas agem de forma emocional e tiram o dinheiro justamente quando a ação chega ao seu nível mais baixo, teoricamente o melhor momento para a compra. Lembre-se que na Bolsa só perde ou ganha quem vende.

9 – Não correr riscos desnecessários.

10 – Não acompanhar o noticiário econômico e político nacional e internacional, principalmente quando você tiver dinheiro aplicado.

Boa Sorte e aguarde mais Dicas...

DEZ RAZÕES PARA O OTIMISMO


Mesmo com tantos indicadores para se preocupar com a economia brasileira, como a desaceleração do PIB, as demissões anunciadas de 4200 funcionários da Embraer - 20% de toda a força de trabalho da empresa, a inadimplência das famílias que atingiu em janeiro o maior nível desde maio de 2002. Ainda conseguimos achar motivos para acreditar que o Brasil escapará somente com algumas escoriações da surra que está crise vem dando em toda a economia mundial.

Seis meses depois da eclosão da crise com reflexos em todo o mundo, sua fase mais intensa pode estar chegando ao "fim do começo" sem que os piores presságios tenham se abatido sobre o Brasil. Não há dúvida sobre o fato de que a economia brasileira sofre, porém acredita-se que o Brasil será um dos países menos afetados. Concordam com isto organizações como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a OCDE, a organização economica dos países ricos.

Segue abaixo 10 motivos para ser otimista:

1- Reservas de 200 bilhões de dólares intocadas depois de seis meses de crise

2- Bancos competentes, regulados, com baixa exposição a riscos

3- Ausência de bolhas de crédito e imobiliéria, com potencial de crescimento real desses setores

4- Mercado interno forte, crescendo em poder de compra e em proporção da população

5- Matriz energética mais "verde" do mundo, com independência do petróleo importado

6- Estabilidade política, em que a democracia foi entronizada como patrimônio nacional

7- Estabilidade econômica e arcabouço regulatório imperfeito mas previsível

8- Maior exportador de alimentos do mundo, o que garante vendas externas volumosas em qualquer cenário

9- Mercado externo diversificado com compradores em todo o mundo e mercadorias de valor agregado crescente

10- As mesmas projeções que apontam estagnação no mundo estimam crescimento do PIB do Brasil em 2009 .

EMPREGO NA INDÚSTRIA PAULISTA INTERROMPE QUEDA APÓS 5 MESES

O emprego na indústria paulista interrompeu uma sequência de cinco meses consecutivos de queda e voltou a subir em março, segundo os dados divulgados pela Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp). O emprego cresceu 0,31% na comparação com fevereiro, o que resultou na criação de 7,5 mil postos de trabalho.

A recuperação do emprego no mês de março está ligada à safra de cana-de-açúcar e às indústrias de álcool e alimentos. Dos 7,5 mil postos de trabalho criados, 26.993 postos são das indústrias de álcool e açúcar.

No setor automotivo a baixa recuperação da produção já fez com que os acordos de redução de jornada de trabalho e de salários tivessem um fim antes do previsto. "Não é ainda a produção normal, mas isso mostra com certeza que daqui a pouco está normalizada a produção" diz o Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Mogi, Miguel Torres.

Dos 22 setores nos quais a Fiesp divide a indústria para fazer a pesquisa, 16 demitiram, um apresentou estabilidade e cinco contrataram.

terça-feira, 14 de abril de 2009

A CONFISSÃO DO GOLPISTA

Três meses e um dia. É o tempo que se passou entre a prisão preventiva do maior larápio financeiro da história, o investidor Bernard Madoff. Sua confissão da prática de onze crimes cujas penas, somadas, poderão condená-lo a 150 anos de cadeia. Nos últimos vinte anos, 4 800 clientes – entre fundos de investimento, entidades de caridade, figurões de Hollywood e simples poupadores de classe média – nutriram a fantasia de ter 65 bilhões de dólares investidos nas empresas de Madoff. O investidor, ex-presidente da bolsa eletrônica Nasdaq, admitiu que trapaceou com todos esses milhares de clientes. E que nunca investiu um único centavo a ele confiado.
"Durante muitos anos, até minha detenção, em 11 de dezembro de 2008, eu operei um esquema de pirâmide financeira", admitiu Madoff. Uma pirâmide consiste em remunerar os clientes mais antigos com o dinheiro dos novos investidores, sem produzir rendimentos reais.
Com a provável condenação, Madoff deverá passar o resto de seus dias na cadeia. A confissão faz parte de um acordo com os promotores por meio do qual Madoff reconhece a culpa em troca de benefícios ainda não divulgados. Entre esses benefícios está o de livrar-se de um longo e desgastante processo em que seria publicamente execrado. Até o momento, os promotores conseguiram localizar apenas 1 bilhão de dólares dos clientes. Isso significa que praticamente 99% do dinheiro evaporou.
Imaginava-se que, ao menos no início de sua carreira, Madoff tivesse operado em Wall Street como um investidor honesto. Ele deixou claro que era um criminoso desde então: "Minha fraude começou no início dos anos 90". O investidor simplesmente tomava o dinheiro dos clientes e, de boca, prometia investi-lo usando uma estratégia financeira infalível desenvolvida por ele, apelidada de split strike conversion strategy (convém nem tentar traduzir). Um nome pomposo que não significa absolutamente nada. Nas palavras do próprio picareta, serviu apenas para "dar aos clientes a impressão de que eu alcançaria os resultados esperados". Para onde então ia o dinheiro? Era depositado em uma conta-corrente com baixa remuneração, em nome do próprio Madoff. Os clientes eram mantidos no escuro porque recebiam em casa extratos falsos.
Madoff tinha talento para atrair o dinheiro no mundo todo. No Rio de Janeiro, contava com um sócio que se especializou em buscar fundos oriundos de caixa dois. Em São Paulo, Madoff tinha um fundo associado ao Banco Safra, que está indenizando alguns clientes. Cerca de 100 vítimas de Madoff acompanharam a audiência em Manhattan. Não contiveram os aplausos quando souberam de sua prisão.
(Fonte Revista Veja - edição 2104)